É tão difícil voar, pensei que
não fosse dizer isso, mas hoje eu sei o quanto é difícil voar, parece-me que
até mais do que a transformação/metamorfose. Criei asas – que foram doídas ao
nascerem através da metamorfose da VIDA, ainda não sei como usá-las, talvez o
maior concorrente do voo e de usar as asas seja o medo. Medo de se arriscar no vácuo imenso que é a vida.
Vivo
um momento de superação dos medos que corroem o vôo da borboleta de asas
coloridas. Tem dia que chego num penhasco, pronta para voar diante das
circunstâncias do cotidiano, então, preparo-me para me lançar, e novamente vem
o medo. Resolvo recolher as asas e mais uma vez adiar esse inevitável voo,
inevitável porque asas são feitas para voar.
Mas
algo em mim aponta que este dia vai chegar... Talvez precise de alguém para dar
força a essas asas, me pegue e me solte no ar da vida, e assim, voar em busca
de novos e desconhecidos horizontes no mistério que é VIVER.